Unimed Federação Centro Brasileira reúne especialistas em Workshop de Tecnologia e Segurança da Informação

    



 

2ª edição do evento focou no uso da Inteligência Artificial e segurança da informação na área da saúde

 

 

As tendências do mercado, novidades em tecnologia e informação e orientações de cibersegurança foram apresentados no “Workshop de Tecnologia e Segurança da Informação: atalhos para o futuro”, promovido pela Unimed Federação Centro Brasileira. Realizado em Goiânia, nos dias 28 e 29 de novembro, o evento reuniu profissionais de TI e outras áreas da Federação e das Unimeds federadas.

 

O diretor-superintendente da Federação, Martúlio Nunes Gomes, ressaltou a importância de reunir especialistas para debater os temas que são essenciais para as Unimeds. “Nós nos motivamos para fazer projetos cooperativos (no ramo de TI) para que nossas federadas não fiquem sozinhas nesse trabalho. Nosso objetivo é gerar ganhos financeiros às operadoras, ao poupar recursos e promover padronização nos serviços”, esclareceu ele, adiantando que, em 2025, novos projetos e parcerias estão previstos.

 

Para iniciar os aprendizados, Armando Neto, Solution Engineer na Oracle, mostrou como a Inteligência Artificial (IA) é capaz de promover eficiência nos processos e impactar positivamente os negócios, inclusive os de saúde. 

 

Porém, cada tipo de empresa, como as que trabalham com o usuário final (B2C) ou com outros negócios (B2B), precisam de tecnologias de IA diferentes. Além disso, é preciso ter atenção aos dados que alimentam o recurso. “Muitos projetos de IA falham pela falta de estruturação dos dados. Então, se eu quiser um bom modelo, como triagens, por exemplo, preciso ter históricos e organização das informações”, aconselhou aos participantes. 

 

A potencialização da produtividade é outro benefício ganho com o uso adequado da IA, como apresentou José Vicente França, cofundador da Auramind.ia. Afinal, essa tecnologia está presente em diversas tarefas do dia a dia. “A IA veio para amplificar a capacidade humana. Eu não a vejo como um substituto de mão de obra, mas como um potencializador da nossa capacidade”, afirmou. 

 

A questão é usar a IA de forma segura no mundo corporativo. Neste caminho, há dois desafios a serem superados: a garantia da proteção dos dados e a análise se o uso está sendo feito de forma que gere retorno ao negócio, compensando o investimento. 

 

Por isso, a Auramind.ia desenvolveu modelo de um analytics, que foi apresentado durante Workshop, com a função de indicar os resultados de como a IA generativa é utilizada dentro das empresas, com as perguntas mais realizadas. Assim, os gestores podem orientar os colaboradores sobre melhorias no uso, de forma a obter resultados aprimorados. 

 

O público também teve a oportunidade de conhecer cases de aplicação da Inteligência Artificial na saúde, como as formas que a tecnologia auxilia os médicos nos diagnósticos, nas análises de exames, organização dos dados clínicos dos pacientes, transcrição de relatos de sintomas e triagem. 

 

As tendências para a saúde

 

Natalia Chacon, head comercial da Fourge Tech, deu continuidade às discussões sobre as tendências de TI para a saúde.  Ela mostrou que 70% das tecnologias disponíveis não estão aplicadas como deveriam nas empresas, como casos de softwares subutilizados. 

 

“A área de negócios não sabe tudo o que ela tem disponível e a TI não conhece as dores dos negócios”, alertou ela. Não basta entregar um recurso a uma equipe. Os líderes precisam saber guiar seus liderados sobre os melhores usos.

 

Esses ensinamentos, segundo Natalia, devem deixar de ser restritos à TI e se integrar em todos os âmbitos das empresas. “Características de pessoas da tecnologia precisam estar inseridas em outras áreas. Temos que levar os conhecimentos de forma prática”, afirmou. 

 

Foco nos dados

 

Em meio a tantas inovações, os dados estão no foco. Eles são essenciais para a geração de insights e a coleta deles apenas cresce, como descreveu o Cloud Product Manager da Sercompe, Rafael Cardoso.

 

Para organizar tantas informações, é preciso ter uma boa infraestrutura digital. Afinal, os dados são gerados de diversas formas, não apenas em data centers. “Não é só o dado estruturado que eu preciso tratar. É uma chamada de voz ou um vídeo, por exemplo. Por isso, temos o desafio de extrair essas informações”, descreveu. 

 

É nesse cenário que surge a relevância da Inteligência Artificial para a análise de um conjunto de dados e oferta de sugestões de decisões. Além disso, essa tecnologia pode ser personalizada para os problemas de cada negócio. Um exemplo é o Data Lakehouse, explicado pelo especialista aos participantes, que oferece a estruturação e insights a partir das informações coletadas. 

 

A jornada do paciente com IA

 

O segundo dia do Workshop iniciou com debates sobre o uso da IA na jornada do paciente, especialmente para gerar maior humanização e reduzir burocracias. O gerente de Negócios da Nuveto, Wendell Maranhão, mostrou que é preciso proporcionar um modelo de atendimento eclético, para atender o paciente no canal que ele desejar. 

 

O objetivo é oferecer uma experiência de excelência. “Para que ele (cliente) seja um embaixador da minha marca. Em consequência, quando uma nova pessoa entrar na minha base, encontrará um feedback positivo”, resumiu. 

 

Algumas ideias apresentadas pelo especialista envolveram o uso de inteligência artificial que entende mensagens complexas para o agendamento de consultas e exames; slots de prioridades; automação para solucionar dúvidas; e análise do padrão de comportamento do paciente (por exemplo, em qual horário mais são agendadas consultas). “Assim, criamos um fluxo simples e empático, falando com o usuário da forma que ele gosta”. 

 

Segurança de dados é um investimento

 

Proteger os dados dos beneficiários é essencial. Não se trata de um gasto, mas de um investimento, como alertou Fouad Ata, engenheiro de computação e líder técnico da Infomach. A jornada de cibersegurança é contínua, pois não há uma solução “mágica”.

 

Em seguida, ele mostrou as fases de cada tipo de segurança, a fim de evitar vazamentos ou ataques de hackers, como os processos de melhoria dos serviços prestados e otimização. “O atacante vive de vulnerabilidades não corrigidas. É preciso atualizar (os processos de segurança) constantemente, porque quando há vulnerabilidade, alguém irá explorar ela”, lembrou ele. 

 

Dando continuidade ao assunto, Marlon Ribeiro, Sales Engineer da Populos, abordou um levantamento Kaspersky que revela que o setor de saúde é o terceiro mais atacado pelo cibercrime, com cerca de 1,3 mil ataques direcionados por semana. 

 

A preocupação aumenta em razão do fato de que as empresas nem sempre sabem que tais tentativas criminosas foram realizadas. Por isso, é preciso focar no plano de eficiência operacional e nas soluções rápidas. “Precisamos estar sempre um passo à frente dos hackers”. 

 

Já o especialista em TI e fundador da Integratto, Domenique Fernandes, apresentou a função do sistema SOC para a proteção dos dados, que funciona como um firewall que avalia o contexto do usuário, como acessos em horários diferentes, o que indica ataques.

 

Toda essa precaução com a informação é também “cuidar de pessoas, que cuidam de coisas”, como ressaltou o diretor de Negócios da Under Protection, Alberto Teixeira. Segundo ele, a segurança da informação deve ser baseada em manter as vulnerabilidades continuamente baixas, como parte do propósito da empresa. 

 

O uso de plataformas digitais na gestão empresarial

 

Os participantes do Workshop também tiveram a oportunidade de conhecer soluções de plataformas digitais para a gestão empresarial. A coordenadora técnica da ManageEngine, Sthéfani Silva, esclareceu que a TI vai além do suporte técnico.

 

Atualmente, tem o papel de ser o apoio nas tomadas de decisões baseadas em dados e ajustes às conformidades de cibersegurança. “Tudo isso faz com que a TI se torne mais complexa e as empresas fiquem mais dependentes de nós”. 

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